O casamento não é mais tão levado a sério. A união por interesses saiu dos pais e foi para os filhos. Muitos creem que, no dinheiro que advém do(a) parceiro(a), a felicidade baterá a porta do seu coração. Com o perdão da redundância, preencheram-se de vazios. Nada. Casam-se por papéis, por números, e há muitos casos em que uma das partes não percebe isso. A pessoa acredita em um amor fingido. Não importa o sentimento, as viagens, nem mesmo o sexo. Se tem dinheiro, ok. Na verdade, ao invés de ser um matrimônio, é um negócio: se a pessoa vai bem, tudo bem. Se está mal, o interesseiro(a) vive como um(a) mimado(a), ou até mesmo abandona a relação. Vai, claro, tentar dar o golpe em outro indivíduo.
Atualmente, muitos casais conhecem-se e depois de um, dois meses, passam a morar juntos. Ultrapassam etapas da vida não por amor, mas por afobação. Casando-se logo, talvez pensem em ‘’prender’’ a pessoa de vez, em viver uma vida de casal, porém sem base, aprendizado, orientação de como agir, o risco da união tornar-se um fracasso é enorme, principalmente entre os mais jovens. Pensam que são Juscelino Kubitschek: querem fazer 50 anos em cinco. Sem ter experimentado antes, por intuição ‘’empurram com a barriga’’, não pedem ou têm o mínimo de conselhos, dispensam tantos outros (o de postergar para justamente ter uma maior noção da responsabilidade que é um casamento) e acabam destruindo o que deveria ser bonito (e mais tarde).
O casamento está cada vez menos oficial. Muitos até vão morar com a pessoa, porém nada de cartório, igreja, cerimônia, nada disso. Nessa atitude, muitos profetizam que a relação não durará muito tempo. É menos burocracia para quando a relação findar-se. Preferem crer na ‘’união estável’’. O vizinho sabe, é testemunha de que moram juntos, o Facebook assinala como um ‘’relacionamento sério/noivado/casamento’’, e é o que vale (e até mesmo para a Justiça) para eles. Não querem levar para o papel o matrimônio por preguiça, medo de não dar certo ou por não quererem firmar comunhão parcial ou universal de bens (se bem que o Facebook, como falado anteriormente, é considerado uma prova judicial para casos assim). Acham que o registro do fato é uma ‘’prisão’’, como se fosse algo feito à força.
Não bastasse o dinheiro, a pressa e o desleixo com o que realmente representa um casamento, há a união de aparências. Até casam-se por amor, mas depois de um tempo começam a desentender-se (ou ainda mais se isso já vinha dos tempos de namoro) por uma série de motivos/desculpas: educação dos filhos, contas, excesso de trabalho, opiniões distintas. Brigam, até se agridem, dormem em camas separadas, ficam sem se falar, porém o inferno real do que acontecesse em suas casas recebe uma maquiagem diante dos outros. É tudo muito bonito, muito simpático, mas um não suporta o outro. Não veem a hora de desgrudarem-se nos seus lares, porém nada de se separar em definitivo, para ‘’não ficar feio’’. São um mau exemplo para suas famílias, filhos. Amedrontam-os com suas atitudes. Lógico, ninguém casa para se separar. Se há amor, vale um esforço para mudar, tentar coisas novas, voltar aos velhos tempos. Afinal, uniram-se para ficarem juntos, como uma só alma.
Casar virou algo banal. É raro o ‘’pedir a mão’’ da noiva, aquela economia para dar jeito de cobrir os gastos que são necessários, a lista de presentes, o vestido da noiva, a cerimônia, a festa, a preparação da casa/apartamento onde vão morar, a lua-de-mel. Ficou pelo caminho a expectativa, o frio na barriga. Perdeu-se muito do respeito, da comunhão, do seu real significado. Uma pena que o casamento venha perdendo sua verdadeira mensagem. Quando casar, farei de tudo para resgatar a grande essência matrimonial. O respeito, carinho, fidelidade, cumplicidade. Contudo, de nada adianta uma cerimônia luxuosa, uma casa enorme e bem equipada se não houver verdade, amor ao pé da letra. Quero ser feliz e fazer alguém feliz na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário