quinta-feira, 15 de março de 2012

PAÍS DA COPA SEM EDUCAÇÃO! OS PROFESSORES PARARAM!

Das 106 escolas da região da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (Santa Maria), 88 pararam total ou parcialmente suas atividades. Em Novo Hamburgo, as 76 escolas municipais também estão com paralisação total ou parcial. O CPERS diz que 90% das escolas estaduais aderiram ao movimento. Já a Secretaria de Educação diverge, falando que somente 27% das escolas participam do movimento. A CNTE ( Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) afirma que 17 Estados não pagam o piso nacional, sendo que o Rio Grande do Sul é o que paga menor salário magisterial do Brasil.

O Governo Federal ratifica o desejo de melhorar os salários dos professores, tanto que aumentou de R$ 1 187,00 para R$ 1 451,00 (22,22% de elevação), mas não depende só de si para que os Estados cumpram a Lei. Alguns Estados, como o Rio Grande do Sul, pleitearam na Justiça uma mudança nesse valor, pois diz que é inviável pagá-lo. Yeda Crusius, enquanto governadora, também fez isso.

Ninguém gosta de ser mal-falado, evidentemente, mas a alma política fala mais alto e as pessoas acabam prometendo o que não podem cumprir. Quer dizer, até podem, mas o dinheiro que deveria ser usado para melhorias na saúde, segurança, educação, é usado para a ''deusa'' Copa do Mundo, principalmente.
 
Imaginem-se, senhoras e senhores governantes, autoridades em geral, coordenar DEZENAS de turmas (lotadas) durante o dia, lidando com alguns mal-educados, que acham que a sala de aula é a própria casa, com uma estrutura que deixa a desejar, gastando as cordas vocais, cansando as pernas e a mente, ainda, em casa, preparando aulas, fazendo pesquisas, sem contar os serviços domésticos, e receber por toda essa jornada diária o SALÁRIO MÍNIMO, sendo que tem gente que recebe (inacreditavelmente) menos do que isso! É, NO MÍNIMO, cruel, né? 

Posso, em alguns momentos, como na greve gaúcha no fim do ano passado, divergir do modo como é feita reivindicação, mas sempre pugnarei por um salário decente, real para os profissionais da educação (e da saúde, da segurança, também), porque o que hoje é pago aos educadores não pode ser chamado de salário, sinceramente. Parece que o Governo diz: "já que eu tenho que te dar alguma coisa, toma isso". Parece que dá o dinheiro por pena, ou por pressão de lei trabalhista. Não é remuneração justa nem aqui, nem em qualquer lugar do mundo.

Um país melhor não é construído com um estádio, um aeroporto, uma avenida ou um mero time de futebol, e sim com doses diárias de cultura, conhecimento, aprendizado. Aprende-se a ser um cidadão melhor não lendo um manual, e sim estando numa sala de aula. Governantes, você não dão o devido valor ao educador, hoje. Não reclamem das altas taxas de violência, do aumento da criminalidade, da indigência, amanhã, pois vocês não apoiam um dos elementos fundamentais no combate ao que há de ruim no Brasil e no mundo.

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