sexta-feira, 31 de maio de 2013

A JUSTIÇA NÃO QUER JUSTIÇA...


A Kássia não está sendo citada no blog, nem é capa do Diário de Santa Maria de hoje por ser editora deste espaço, por ser minha amiga de alguns anos ou por ser bonita. Está por culpa de quatro irresponsáveis (oficialmente, pois são mais...), quatro pessoas que não têm noção do quanto vale uma vida, levando a do primo dela, Luiz Eduardo Viegas Flores, e de mais 241 pessoas no terrível 27 de janeiro de 2013, na boate Kiss. Ela representa todas as pessoas de bom senso, de caráter, que perderam algum parente, amigo(a) na tragédia, ou que, mesmo não tendo alguém, comoveram-se à distância com tanta tristeza. Representa nossa indignação, nossa aflição, revolta com tanta bandalheira, crueldade. É símbolo da eterna luta dos cidadãos de bem por uma justiça consciente, decente, mas que não acontece, e, do jeito que caminha o país, duvido que vá ocorrer.

Há ANOS eu falo, onde quer que seja, que a ''Justiça'' do Brasil é uma das mais frouxas, ignóbeis, covardes, injustas do mundo. É uma aberração, crime contra a população (no caso, poderia chamar até de consumidor, assim como necessitamos de segurança, educação, transporte, saúde, etc.) Prova da idiotice da ''justiça'' do país é a soltura dos quatro réus (deveriam ser mais...) que, perante às investigações, são os responsáveis por todo o ocorrido: Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann (donos da boate), Luciano Bonilha Leão (produtor da banda Gurizada Fandangueira) e Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista do grupo, o grande criminoso da história, pois ele foi o que deu início ao sinistro). Nenhum país sério resolve liberar envolvidos em caso tão horrendo, ainda mais com o apelo popular que há sobre ele. Nenhum país em dia com os bons costumes tem brechas tão revoltantes em suas legislações.

A pessoa que fez a liberação dos réus (dá no mesmo afirmar que é conivência de quem está no Judiciário com criminosos), sob a alegação de que não há risco de fuga e que a comoção social DIMINUIU, tem que sofrer de algum transtorno mental, pois é pior que um serial-killer, do que qualquer monstro ambulante por aí. Se ela estiver ''cumprindo ordens da Lei'', que se reavalie o que temos como regra, pois é totalmente inaceitável. Dizer que não houve dolo é pior que saber que centenas de pessoas morrem, e outras tantas sofreram algum dano físico e emocional naquele dia. Quem concorda com isso é cúmplice, insano, pervertido. Nenhuma explicação jurídica vale mais que uma, 242 ou sete bilhões de vidas. A credibilidade do judiciário foi sim, e muito, abalada com tal atitude. Foi um tiro na alma.

A Justiça, na sua inadimplência com a comunidade, cria mais problemas com Elissandro, Mauro, Luciano e Marcelo soltos. Eles presos, isolados, não correm o risco de terem sua integridade física arruinada (e seria muito bem feito), como passam a ter a partir da sua liberdade (ainda que provisória). Se forem reconhecidos na rua (e não é só em Santa Maria, diga-se de passagem), ou convocados a prestarem esclarecimentos na Câmara de Vereadores, CERTAMENTE sofrerão algum tipo de agressão (e não falo em xingamentos, e sim de caráter físico, e muito), para não dizer que serão MORTOS. Quem contém a raiva de alguém que perdeu um ente querido perante quem foi responsável pela sua morte? Ainda são capazes de dar um tempo maior de prisão para a pessoa em relação aos que foram os causadores de toda a tristeza, dor, saudade que sentem. Agora SIM formou-se uma possibilidade de desordem pública, pois, custe o que custar, muitas (centenas) de pessoas vão querer, nem que custe-lhe todo o seu sangue, e que tenham de ir ao local mais longevo do mundo, fazer justiça com as próprias mãos (totalmente compreensível, e por não adotar essa medida é que o Brasil deverá tornar-se pior que a Colômbia quando dominada pelos cartéis, como os de Bogotá, Medellín e Cali.). Assusta a impunidade com quem realmente merece apodrecer no cárcere.

Não espero mais nada de bom do Brasil, sinceramente. Patriotismo só serve para ''bonito'', para dar uma sensação falsa de que é um país rico, admirável. Um país que interessa-se mais por maus-caracteres que correm atrás de uma bola, por penteados ridículos e que, mesmo assim, ganham rios de dinheiro, ao invés de estimarem o que realmente interessa, não merece nenhum tipo de respeito. O Brasil e o NADA, para mim, são a mesma coisa. Eu não esqueci, a Kaka não esqueceu, nem sua família, nem ninguém com um pingo de responsabilidade vai esquecer de tudo o que ocorreu. Não queremos nada além de justiça, paz, bom senso, consciência sobre quem, bem ou mal (mais mal do que bem) legisla o país.

Nenhum comentário: