Chegamos a mais uma edição do Dia Internacional da Mulher. Data alusiva à luta feminina por melhores condições de moradia, de trabalho, de bem-estar da mulher. O primeiro foi em 1909, nos Estados Unidos, organizado pelo Partido Socialista da América. Desde 1977, a Organização das Nações Unidas (ONU) adota a data para celebrar as conquistas das mulheres. Mas, com o passar do tempo, vendo inúmeros casos de desrespeito, de depravação contra o setor feminino, sinto que a data, por mais importante que seja, para relevar o espírito de luta, é mais uma mera festa comercial do que, de fato, um dia para comemorar.
Hoje, é um dia que muitos aproveitam para bajular, tentar conquistar, tendo o ''apreço'' e ''carinho'' que não demostram pelo ano inteiro. Muitos vão dizer que a mulher é tudo, sendo sinônimo de força, luta, garra, perseverança, delicadeza, ousadia, beleza, vitória. Mas qual o porquê disso? Por qual razão dizer isso somente no 8 de março de cada ano? Medo? Vergonha? Se um não fala, ninguém, fala? Usam, abusam, brigam, humilham, xingam, batem, matam, mas em todo 8 de março há aquele discurso lindo, de emocionar qualquer um. Flores, café-da-manhã na cama, perfumes, presentes. Usam de qualquer artifício para seduzir.
O Dia Internacional da Mulher dá importantes recados para a sociedade, mas só nesse dia. Por que? Façamos amanhã, em 10 de abril, 3 de junho, 22 de setembro, 29 de novembro... Todos os dias! Não deixem que a essência feminina nasça, cresça e morra em só um dia no ano. É muito prático parabenizar, dar dois beijinhos, e só repetir no ano que vem. Desculpem-me a sinceridade, mas parece-me falso. Por que não fiscalizamos quem as maltrata todos os dias? Por que não valorizamos os excelentes trabalhos sociais que levantam a auto-estima de muitas? Por que não destacamos as que chegam no topo todos os dias, tendo um poder que, perante a sociedade, só homens teriam capacidade de ter? Gente que, se não fazermos a nossa parte como cidadãos, e não hipócritas, morrerá anônima, sem ter como prêmio o nosso reconhecimento.
Para terminar, usarei de um dos clichês mais velhos do que o chão, mas necessário, ainda mais para aqueles que a vulgarizam, as que se deixam vulgarizar: se não fosse uma mulher, não estaria aqui. Lembre disso quando pensar em levantar a mão não para acariciá-la, mas para agredir seu corpo e sua alma. Se você for dar um presente, e só lembrar que HOJE é o Dia da Mulher, não dê. Pegue o dinheiro e compre chocolates, cervejas, ingressos para jogos de futebol para você. Isso é ter má vontade, ser ''Maria-vai-com-as-outras''. Seja diferente (e ''ser diferente'' quando nós todos deveríamos ter atitudes iguais). Abrace, beije, declare-se, adore, ame, escreva TODOS OS DIAS. Assim, você estará parabenizando-as, mesmo que ''não seja na data''. Não esperem o 8 de março. É só uma data perto da importância da mulher, do homem, das lutas, de ser um verdadeiro cidadão.
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