sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O RÁDIO E AS MULHERES

Ainda existe preconceito na questão de mulheres apresentando programas de rádio, principalmente no esporte. O espaço existe, mas ainda é bem diminuto, pois a resistência para a participação delas continua sendo grande. Houve a Rádio Mulher, em São Paulo, lá pela década de 1970/1980, onde até a motorista era mulher. Claudete Troiano fazia parte desse time. Muitos creem que as mulheres devem ouvir entretenimento, fofocas ou programas religiosos. Esquecem-se que o mundo evoluiu, e os avanços não ficaram restritos aos transportes, a tecnologia, ao setor alimentício, industrial, dentre outras áreas.

Na Rádio Estação Web, por exemplo, onde estou há um ano e sete meses, tenho o prazer de trabalhar nas jornadas esportivas com nomes como Paula Cardoso, Clairene Giacobe, Tábata Machado, Bruna Souza e Fernanda Cardoso (as últimas três me ajudaram MUITO no último Mundial de Handebol Masculino, na Espanha, e são as gurias que fazem do blog Dois Minutos e do programa Nada Além de Dois Minutos um sucesso!), que são, além de queridas, entendedoras do assunto. Em outras emissoras do Brasil, existem grandes profissionais como Ana Thaís Matos (Rádio Globo SP), Carla Matera (Rádio Tupi RJ), Aline Falcone (Rádio CBN Rio) e Danielle Rodrigues (Rádio Itatiaia). Na Colômbia, tem a Marina Granziera (brasileira que trabalha na Caracol TV/Gol Caracol e na Blu Radio). No Paraguai, a potente voz, beleza e carisma inigualável da simpaticíssima e competente Marlene Torres (que, às vezes, duvido ser paraguaia por saber lidar bem com a língua portuguesa), da Rádio 970 AM, de Assunção, e na Espanha um bom exemplo do aumento do espaço que as mulheres vêm ganhando com o tempo. A Cadena Ser apresenta em todos os finais de semana o Carrusel Deportivo, trazendo todos os jogos da primeira e da segunda divisão do futebol espanhol, com notícias e transmissões de outras modalidades (a emissora transmitiu in loco o Campeonato Europeu de Basquete, na Eslovênia, que encerrou no domingo passado e teve a França como campeã). Desde 2010, o comando da equipe (que tem cerca de 200 profissionais) é de uma mulher: Laura Martínez. Laura tem 35 anos, e já participou de coberturas de Jogos Olímpicos e Copa do Mundo nos locais de realização. Dentre os integrantes da numerosa equipe, destaco outra mulher: Loli Prats, da Rádio Alicante. Além de muito bonita, inteligente, educada, amabilíssima, ela narra, comenta, reporta, produz, entende muito de esportes! A guria é multimídia, super profissional, tem uma bela voz e hiper querida.

Em outras áreas, sobram exemplos de boas radialistas/jornalistas: Sara Bodowsky, Gabrieli Chanas, Sabrina Thomazi, Milena Schoeller, Tânia Morales, Thays Freitas, Ieda Risco, Lilian Abelin (saudade dela no ar!), Maria Luíza Benítez, Graça Araújo, Adri Neves, Jeania Romani, Denise Cruz,  Ana Bittencourt... Uma lista considerável, e mesmo com tanto talento, ousadia e competência, ainda há gente que considere que rádio deve ser feito por homens, e ''com voz'' para tanto. Esquecem-se das rainhas do rádio de outrora, as atrizes de radionovelas, as precursoras da área. Esquecem da maneira calma, jeitosa, lutadora de resolver, acertar, mudar. Esquecem que são capazes de fazer mil coisas ao mesmo tempo, e todas elas muito bem. Esquecem do talento de como falar com parcimônia, com agradabilidade, com naturalidade, equilíbrio. Possuem mais cuidado ao ler, escrever, expressar, conduzir um texto, uma transmissão. Lideram, criam, apaziguam, fazem acontecer. Por que as mulheres não podem ter mais espaços? Qual é a diferença para os homens? São monstros, por acaso?

Devemos dar MUITO mais valor para elas. Melhores salários, maior reconhecimento, atenção, carinho, apoio. Mulher não fica só lavando louça, passando roupa e cozinhando. Mulher não fica só costurando, limpando o chão da casa, levando e buscando os filhos na escola. Ela age muito mais e em certas oportunidades melhor que os homens, seres que me dão nojo por sua prepotência (vários deles) contra esse ser que tem o dom de dar a luz , gerar a uma vida. Confie nelas! Respeite-nas.